terça-feira, 21 de agosto de 2018

Fintech de investimentos Warren lança plataforma para compra de bitcoin

É isso que os usuários leem quando entram na nova plataforma de investimento em bitcoin criada pela fintech Warren, conhecida por seu amigável bot. Quem aceita o convite para a conversa é levado a responder a algumas perguntas, como “o que motiva você a explorar o mercado das moedas digitais?”, “você fica assustado com a oscilação de preço do bitcoin?” e “você já comprou alguma moeda digital?”. Para aqueles que dizem já ter comprado criptomoedas, Elliot promete: “vou deixar a sua experiência ainda melhor”.

A plataforma foi aberta ao público neste mês e tem cerca de 2 mil usuários — além de uma fila de espera de mais de 14 mil pessoas. “Vamos liberar o acesso aos poucos, para manter o cuidado com a experiência do usuário e a capacidade de atendê-los”, diz Tito Gusmão, CEO da fintech. “Estamos aplicando o que aprendemos e desenvolvemos com o Warren em design e em experiência”, diz. O valor mínimo para aplicar é de R$ 100. A cada transação é cobrada uma taxa de 0,5% sobre o investimento.
Uma fintech criada em 2014 por brasileiros nos EUA, a Warren opera no território nacional desde 2016. A ideia é facilitar as decisões de investimento com o uso de inteligência artificial. Para isso, o aplicativo tem um robozinho — chamado Warren — que faz algumas perguntas ao usuário para entender quais são seus objetivos, qual o prazo do investimento e quanto risco cada cliente aceita correr. A partir desse perfil, o robô sugere como o investidor deve dividir seu dinheiro entre os fundos de renda fixa e de ações no Brasil e no exterior oferecidos pela fintech. Esses fundos são geridos pelos humanos que trabalham na Warren.
Em meio às ofertas de investimentos tradicionais, muitos clientes da fintech começaram a perguntar se a Warren não traria a possibilidade de comprar e vender criptomoedas. A opção, porém, foi criar uma ferramenta nova para isso, conta Tito Gusmão. “A Warren é uma plataforma conservadora, para objetivos de longo prazo, aposentadoria, coisas sérias. Quem investe em bitcoin normalmente é quem quer participar da revolução, não construir a vida financeira em cima disso”, diz.
Outro motivo também pesou para a escolha pela separação: a regulamentação. “Na Warren, somos regulados pela CVM, pela Anbima e pelo BC, e temos uma relação muito boa com eles. Não queríamos ‘prejudicá-la’ ao acrescentar a compra e venda de bitcoins [que não é regulada]”.
O Elliot, contudo, não funciona da mesma forma que uma corretora de bitcoins ou criptomoedas. Em corretoras tradicionais, os usuários compram suas criptomoedas e depois as transferem para uma ‘carteira virtual’, normalmente separada da corretora. No Elliot, não é possível retirar os bitcoins da plataforma. Quando o cliente quer fazer o resgate, precisa vender o ativo no Elliot e transferir o dinheiro, em reais, para uma conta bancária de sua titularidade.
Isso, defende Gusmão, aumenta a segurança das transações: “a maior vulnerabilidade ocorre na hora da transferência”, afirma o executivo. “A grande maioria que compra bitcoin o faz como investimento, e não para enviar e receber a moeda”, diz ele, sugerindo que a impossibilidade de transferir valores na moeda virtual não é uma desvantagem. Para dar liquidez à compra e venda de bitcoin, a plataforma se conecta, via APIs, a corretoras de negociação de criptomoedas no Brasil e no mundo.

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